quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sombras




Alcanço um som,
Leve, muito leve,
Não são harpas
Não são Anjos
São fantasmas descalços.
Sabem-se implicantes
Por tão antigos serem.
Vivem no sótão,
Nos medos e segredos
De quem nada sabe.
Inquietam, procuram,
Abanam,
Remexem o passado:
Matam as palavras,
As desculpas,
Os lamentos,
Os ais dos choros
Ainda vivos,
Sofridos no sangrar
Dos pulsos.
Nas sombras da noite
Onde sopra uma pitada
De luar,
Meus olhos sempre criança,
Gemem de pavor…
Nas mãos uma Cruz,
Na boca,
Um Anjo da Guarda.
O hábito veste de branco
Na luta contra o medo,
Quando partem,
Sem cuidado,
Advém a desarrumação.
Na parede,
Sem mais…
Um lembrete!
Amanhã, à mesma hora!
Cerram os suores,
Por fim, durmo.

3 comentários:

Hadassa disse...

Sol, eu gostei muito do seu post, me lembro de várias coisas... é indescritivel. Continue assim, bjs
Hadassa

Ben Oliveira disse...

poxa..
muito bem escrito!
:)
poucos blogs são tão interessantes e autênticos assim!

Ben Oliveira disse...

To te seguindo !
Se quiser da uma passada no meu blog: www.benoliveira.blogspot.com

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